segunda-feira, 28 de maio de 2012

house of night - escolhida (capitulo 18)


DEZOITO
“Heath, se concentre.” Eu canalizei o calor que estava passando pelo meu corpo em
uma onda. “Os túneis. Você deveria estar me dizendo o que você lembra.”
“Oh, yeah.” Ele riu com seu sorriso doce de bad-boy. “Eu não lembro de muita coisa,
é por isso que estou te perguntando. Só de dentes e garras e olhos e tal, e de você. É
como um pesadelo. Bem, a não ser pela parte com você. Essa parte é leal. Hey, Z, você
me resgatou?”
Eu virei meus olhos e comecei a andar de novo, arrastando ele comigo. “Sim eu te
resgatei, nerd.”
“Do que?”
“Jeesh, você não lê os jornais? A história estava na pagina dois.” Tinha sido uma
adorável, mas ficcional artigo, onde eles citaram o Detetive Marx e seu muito breve
relatório.
“Yeah, mas não dizia muita coisa. Então o que aconteceu de verdade?”
Eu mordi o lábio e minha mente voou. Ele não lembrava quase nada sobre Stevie
Rae e seu bando de amigos mortos vivos. E, de repente, eu percebi, que precisava ficar
desse jeito. O quanto menos Heath soubesse sobre o que tinha acontecido, menores as
chances de Neferet pensar nele de novo o que resultaria numa terceira limpeza de mente,
o que não seria uma boa coisa. Além do mais, o garoto precisava continuar sua vida. Sua
vida humana. E parar de ficar obcecado comigo e coisas de vampiros.
“Não foi muito mais do que os papeis diziam. Eu não sei quem era o cara, só um
louco da rua. O mesmo cara que matou Chris e Brad. Eu te encontrei e usei meu poder
com os elementos para te soltar dele, mas você estava bem ruim. Ele, uh, te cortou e tal.
É provavelmente por isso que você tem essas estranhas memória, quando você lembra de
qualquer coisa.” Era minha vez de dar nos ombros. “Eu não me preocuparia com isso, ou
nem pensaria nisso se fosse você. Não tem nada demais.” Ele começou a dizer outra
coisa, mas chegamos na entrada do parque e eu apontei para um banco abaixo de um
carvalho. “Que tal sentar ali?”
“O que você disser, Zo.” Ele colocou os braços ao meu redor e andamos até o banco.
Quando sentamos eu consegui sair do braço dele e angular meu corpo em direção a
ele para que meus joelhos fossem um tipo de barreira para ele não se aproximar de mim.
Eu respirei fundo e me fiz encontrar os olhos de Heath. Eu posso fazer isso. Eu posso
fazer isso.
“Heath, você e eu não podemos mais nos ver.”
A testa dele se enrugou. Ele parecia estar tentando descobrir a resposta de um
complexo problema de matemática. “Porque você diria algo assim Zo? É claro que
podemos nos ver de novo.”
“Não. Não é bom para você. Temos que terminar.” Eu me apressei quando ele
começou a protestar. “Eu sei que parece difícil não me ver, mas isso é porque tivemos um
Imprint, Heath. Verdade. Eu estive pesquisando. Se não nos virmos mais nosso Imprint
vai sumir.” Isso não era exatamente verdade. O texto só dizia que às vezes um Imprint
iria diminuir devido a não exposição. Bem, eu estava contando com algo funcionar dessa
vez. “Você vai ficar bem. Você vai esquecer de mim e voltar a ser normal.”
Enquanto eu falava a expressão de Heath ficou cada vez mais seria e o corpo dele
começou a ficar muito duro. Eu sabia por que podia sentir o coração batendo dele, e até
isso tinha diminuído. Quando ele falou soava velho. Muito velho. Como se tivesse vivido
mil anos e soubesse coisas que eu só podia adivinhar.
“Eu não vou esquecer de você. Nem se estiver morto. E isso é normal para mim.
Amar você é o meu normal.”
“Você não me ama. Você só teve um Imprint comigo,” eu disse.
“Mentira!” ele gritou. “Não me diga que eu não te amo. Eu te amo desde que tinha 9
anos de idade. O Imprint é só outra parte do que tem acontecido entre nós desde que
somos crianças.”
“Esse negocio do Imprint tem que terminar,” eu disse calmamente, encontrando o
olhar dele.
“Por quê? Eu te disse que é bom para mim. E você sabe que pertencemos juntos,
Zo. Você tem que acreditar em mim.”
Os olhos dele me imploraram e eu senti minhas entranhas se contorcerem. Ele
estava certo sobre tanta coisa. Tem sido nós dois por tanto tempo - e se eu não tivesse
sido Marcada, nós provavelmente teríamos ido para a faculdade juntos e nos casado
depois da formatura. Teríamos filhos e vividos no subúrbio e comprado um cachorro.
Iríamos brigar de vez enquando, na maior parte porque ele é tão obcecado por esportes,
então faríamos as pazes e ele me traria flores e um ursinho de pelúcia, como temos feito
desde que éramos adolescentes.
Mas eu fui Marcada e minha antiga vida morreu o dia que a nova Zoey nasceu.
Quanto mais eu penso nisso, mais eu sei que terminar com Heath era a coisa certa a
fazer. Comigo ele nunca seria mais do que meu energético, e o doce Heath, o amor da
minha infância, merece mais que isso. Eu percebi o que eu tinha que fazer e como fazer.
“Heath, a verdade é que não é tão bom para mim quanto é para você.” Minha voz
era fria e sem emoção. “Não é mais você e eu. Eu tenho namorado. Um namorado de
verdade. Ele gosta de mim. Ele é como eu. Ele não é humano. É ele que eu quero agora.”
Eu não tinha certeza se estava falando de Erik ou Loren, mas estava certa da dor que vi
nos olhos de Heath.
“Se eu tiver que dividir você, eu vou.” A voz dele caiu para quase um suspiro, e ele
olhou para longe de mim como se estivesse muito embaraçado para me olhar nos olhos.
“Eu vou fazer o que for preciso para não perder você.”
Isso fez algo dentro de mim se quebrar, mas eu ri de Heath. “Escute você! Você soa
patético. Você sabe como são os homens vampiros?”
“Não.” A voz dele ficou mais forte e ele encontrou meus olhos de novo. “Não, eu não
sei como eles são. Eu tenho certeza que eles podem fazer todo tipo de coisa legal. Eles
provavelmente são grandes e malvados e tudo isso. Mas eu sei de uma coisa que eles não
podem fazer. Eles não podem fazer isso.”
Em um movimento tão rápido que eu não entendi o que ele estava fazendo até ser
tarde demais, Heath tirou uma navalha do bolso do jeans e cortou uma longa e profunda
linha do lado do pescoço dele. Eu soube imediatamente que ele não tinha acertado uma
artéria nem nada disso. O corte não o mataria, mas estava derramando sangue - quente,
doce, e frescos pingos de sangue escorriam no pescoço dele até os ombros. E era o
sangue de Heath! Um cheiro que eu tive um Imprint para desejar acima dos outros. A
doçura dele me cobriu, acariciando a minha pele com uma quente insistência.
Eu não podia me segurar. Eu me inclinei para frente. Heath colocou a cabeça de
lado, esticando seu pescoço para que todo o lindo corte ficasse exposto.
“Faça a dor sumir, Zoey, para nós dois. Beba de mim e pare a queimação antes que
eu não consiga mais suportar.”
A dor dele. Eu estava causando dor a ele. Eu li sobre isso no livro avançado de
sociologia. Avisava sobre o perigo do Imprint e como o laço de sangue pode ficar tão
próximo que não beber do humano pode causar dor a ele.
Então eu ia beber dele... só mais uma vez... só para parar a dor...
Eu me inclinei mais para frente e pus minhas mãos nos ombros dele. Quando minha
língua alcançou e lambeu a linha vermelha do pescoço dele, meu corpo tremia.
“Oh, Zoey, sim!” Heath gemeu. “Você está refrescando. Sim, chegue mais perto
baby, Tome mais.”
Ele passou sua mão no meu cabelo e pressionou minha boca contra seu pescoço e
eu bebi dele. O sangue dele foi uma explosão. Não apenas na minha boca, mas pelo meu
corpo. Eu li todo o porquê e como sobre a reação física que acontece entre um humano e
um vampiro quando a ânsia por sangue os consume. Era simples. Algo que Nyx nos deu
para que ambos pudessem sentir prazer em um ato que poderia, ao contrario, ser brutal e
mortal. Mas meras palavras em um livro sem sentimentos nem começava a descrever o
que estava acontecendo dentro de nossos corpos enquanto eu bebia do pescoço
ensangüentado de Heath. Eu sentei de pernas abertas, pressionando a minha parte mais
privada contra a dureza dele. As mãos dele deixaram meu cabelo para segurar meus
quadris e ele me esfregou contra ele com ritmo enquanto ele gemia e ofegava e
sussurrava para mim não parar. E eu não queria parar. Eu não queria parar nunca. Meu
corpo estava queimando, assim como o dele. Só que minha dor era doce, quente,
deliciosa. Eu sabia que Heath estava certo. Erik era como eu e eu me importava com ele.
Loren era um homem real e poderoso e incrivelmente misterioso. Mas nenhum deles podia
fazer isso por mim. Nenhum deles me fazia sentir assim... querer desse jeito... desejo de
pegar assim...
“Yeah, vadia! Cavalga nele! Faça ele se machucar tão booooommm!”
“Esse pequeno garoto branco não tem nada para você. Vamos te dar algo que você
vai sentir de verdade!”
O aperto de Heath no meu quadril mudou e ele estava tentando afastar meu corpo
das vozes para que ele pudesse me proteger, mas a raiva que surgiu em mim estava
aumentando. Minha fúria era impossível de ignorar e minha resposta foi imediata. Eu
levantei meu rosto do pescoço dele. Dois caras negros estavam a apenas alguns metros
de distancia e estavam se aproximando de nós. Eles estavam usando aquelas calças de
cintura bem baixa ridículas, casacos enormes e quando eu cerrei os dentes para ele e
assoviei, a expressão deles mudou de desdém para descrença.
“Se afastem de nós ou eu mato vocês.” Eu resmunguei para eles com uma voz tão
poderosa que eu nem reconheci como minha.
“Ela é uma fudida de uma sugadora de sangue vadia!” O mais baixo dos dois falou.
O outro cara bufou. “Nah, a vaca não tem tatuagem. Mas se ela quer algo para
sugar, eu vou dar a ela.”
“Yeah, primeiro você e depois eu. O namoradinho dela pode assistir e ver como se
faz.” Com uma risada maldosa, eles começaram a andar em direção a nós.
Ainda sentada de pernas abertas em cima de Heath, eu levantei meu braço por cima
da minha cabeça. Com a outra eu esfreguei as costas da minha mão pela minha testa e
pelo meu rosto, limpando a maquiagem que escondia minha identidade. Eles tropeçaram e
pararam. E então ambos os meus braços estavam por cima da minha cabeça. Foi fácil me
concentrar. Cheia com o sangue fresco de Heath, eu me senti poderosa e forte e muito,
muito irritada.
“Vento, venha até mim,” eu comandei. Minha cabeça começou a se erguer com a
brisa que passava agitada ao meu redor. “Assopre eles diabos para fora daqui!” Eu atirei
minhas mãos em direção aos dois homens, deixando minha raiva explodir com minhas
palavras. O vento obedeceu instantaneamente, acertando eles com tanta força que eles
foram varridos, gritando e xingando, e empurrados para longe de mim. Eu assisti com um
tipo de fascinação deslocada enquanto o vento derrubou os dois homens no chão no meio
da rua 27.
Eu nem recuei quando uma caminhonete atingiu eles.
“Zoey, o que você fez!”
Eu olhei para Heath. O pescoço dele ainda estava sangrando e o rosto dele pálido, os
olhos bem apertados em choque.
“Eles iam machucar você.” Agora que eu tirei a raiva de mim estava me sentindo
estranha, meio atordoada e confusa.
“Você matou eles?” A voz dele soava toda errada, assustada e acusadora.
Eu franzi para ele. “Não. Tudo o que fiz foi mandar eles para longe de nós. A
caminhonete fez o resto. E de qualquer forma, eles podem não estar mortos.” Eu olhei
para a rua, a caminhonete parou de forma barulhenta. Outros carros também pararam, e
eu podia ouvir pessoas gritando. “E o hospital Saint John é a menos de um quilometro
daqui.” Sirenes começaram a tocar não muito longe. “Vê, a ambulância já está vindo. Eles
provavelmente vão ficar bem.”
Heath me tirou do colo dele e me afastou dele, pressionando a manga do suéter
contra o corte do pescoço. “Você tem que ir embora. Vai haver policias aqui logo. Eles não
podem te encontrar aqui.”
“Heath?” Eu levei minha mão em direção a ele, mas a derrubei quando ele se
esquivou de mim. O atordoamento estava sumindo e eu comecei a tremer. Meu Deus, o
que eu tinha acabado de fazer? “Você está com medo de mim?”
Devagar, ele se aproximou, pegando minha mão e me puxando para mais perto dele
para poder me abraçar. “Eu não estou com medo de você. Estou com medo por você. Se
as pessoas descobrirem as coisas que você pode fazer, eu - eu não sei o que pode
acontecer.” Ele se afastou um pouco, sem tirar os braços do meu redor, mas me olhando
nos olhos. “Você está mudando, Zoey. E eu não tenho certeza do que você está se
tornando.”
Meus olhos se encheram de lagrimas. “Estou me tornando uma vampira, Heath. É
nisso que estou Mudando.”
Ele tocou minha bochecha, e então usou seu polegar pra limpar o resto da
maquiagem para que minha Marca ficasse completamente visível. Heath se curvou para
beijar a lua crescente no meio da minha testa. “Estou bem sobre você se tornar uma
vampira, Zo. Mas eu quero que você lembre que ainda é a Zoey. Minha Zoey. E minha
Zoey não é maldosa.”
“Eu não podia deixar eles machucarem você,” eu sussurrei, tremendo de verdade
agora e percebendo o quão fria e horrível eu tinha acabado de ser. Eu posso ter acabado
de causar a morte de dois homens.
“Hey, olhe para mim Zo.” Heath pôs seu queixo em minha mão e me forçou a olhar
ele nos olhos. “Eu sou enorme. Um ótimo quarterback numa escola top. E estão me
oferecendo uma bolsa para a faculdade. Você pode por favor lembrar que eu posso me
cuidar?” Ele soltou meu queixo e tocou minha bochecha de novo. A voz dele era tão seria
e adulta que ele de repente me lembrou estranhamente do pai dele. “Quando eu estava
longe com meus pais, eu li um pouco sobre a deusa vampira Nyx. Zo, tem muitas coisas
escritas sobre vampiros, mas não encontrei nada que dizia que sua deusa é maldosa. Eu
acho que você deveria manter isso em mente. Nyx te deu vários poderes, e eu não acho
que ela gostaria que você os usasse da forma errada.” Os olhos dele olharam por cima
dos meus ombros para a distante rua e a horrível cena que estava acontecendo ali. “Você
não deve ser má, Zo. Não importa o que acontecer.”
“Quando você cresceu tanto?’
Ele sorriu. “Dois meses atrás.” Heath beijou meus lábios suavemente, e então
levantou, me erguendo. “Você tem que sair daqui. Eu vou voltar por onde viemos. Você
provavelmente deveria cortar caminho pelo jardim de rosas e voltar para a escola. Se
aqueles caras não estão mortos eles vão falar, e isso não vai ser bom para a House of
Night.”
Eu acenei. “Ok, yeah. Eu vou voltar para a escola.” Então eu suspirei. “Eu deveria
terminar com você.”
O sorriso dele virou uma risada. “Não vai acontecer, Zo. É você e eu baby!” Ele me
beijou bem e com força, e me deu um pequeno empurrão na direção do Jardim de Rosas
de Tulsa, que fazia fronteira com o Parque Woodward. “Me liga e vamos nos encontrar
semana que vem. Ok?”
“Ok,” eu murmurei.
Ele começou a voltar para poder me ver partir. Eu me virei e me dirigi ao jardim de
rosas. Eu chamei a nevoa e a noite, mágica e escuridão me cobriram.
“Wow! Legal, Zo!” Eu ouvi ele atrás de mim. “Eu te amo, baby!”
“Eu também te amo, Heath.” Eu não virei, mas sussurrei para o vento e deixei ele
carregar minha voz até el

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